O confronto Batman vs Superman e o sangue de Cristo


Durante este período de quarentena imposta pela pandemia do coronavírus, tenho aproveitado, junto com minha esposa, para assistir alguns lançamentos ou rever filmes que já estrearam há algum tempo, isso quando nosso bebê permite, claro. Meus temas prediletos - contrariando os da Nathy - são os de ação, principalmente os de heróis. Quem me conhece melhor, sabe desse meu gosto por bons desenhos animados, HQ's e afins.
  
Recentemente, assisti Batman vs Superman, A Origem da Justiça. Além de toda correria, explosões e prédios desabando (típico desses filmes), o que me chamou atenção foi a cena em que o Batman tem um encontro nada cordial com o Superman, até então seu desafeto. Obviamente, o homem de aço tratou de demonstrar logo o porque recebe esse apelido de respeito. Porém, uma pergunta feita pelo homem morcego foi o que me fez refletir: "Você sangra?" - questionou Bruce Wayne, que no desenrolar da história buscou provar que o viajante de Krypton também tem o seu ponto fraco e sangra como um mortal.

Diferente da ficção, as Escrituras relatam a história de Jesus Cristo, o Filho de Deus, nesse mundo. Ele não era um alienígena, vindo de outro planeta, como no caso do herói dos cinemas, mas é o Criador de todo o cosmos. O apóstolo João escreve sobre ele dizendo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1.1-3; 14).

A divindade de Cristo está presente em cada página do Novo Testamento, nos relatos dos evangelistas, no impulso para a igreja primitiva, na motivação das cartas pastorais, na visão e na mensagem do Apocalipse. Podemos dizer ainda mais: que todos os registros que temos ao nosso alcance são apenas faíscas do resplendor da sua essência. Como João diz ao final do seu evangelho: "Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos" (João 21.25).

A realidade da história de Jesus, o Nazareno, se difere também dos nossos roteiros de ação que normalmente retratam a "jornada do heroi". Não! Cristo não foi uma unanimidade aclamada pelas multidões. Ao contrário disso, por trazer luz e desvendar nos seres humanos toda a maldade existente em seus corações, atraiu a inveja e a ira de muitos, principalmente dos escribas e fariseus, que representavam a religião da sua época. No lugar de louros, recebeu uma coroa de espinhos. No lugar de um palco, Ele foi erguido numa cruz. Seu sangue verteu quando a multidão inflamada gritou: Crucifica-o! Crucifica-o! Mas ali na cruz não era o sangue de um mortal que estava sendo vertido. O apóstolo amado registra em sua carta que o sangue de Jesus Cristo tem poder para nos purificar de todo pecado (1 João 1.7). Marcos também registra esse mistério pelas palavras do próprio Mestre antevendo sua morte: "Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos" (Marcos 14.24). O escritor da carta aos Hebreus exercita a nossa fé ao dizer: "O sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" (Hebreus 9.14).

Se no cinema quase sempre é previsível a vitória do mocinho após uma violenta e empolgante batalha, a vitória de Jesus, o Filho de Deus, nos deu uma dimensão mais pura e singela (embora não sem dor) de qual confronto estávamos envolvidos. Ele não puxou a espada nem convocou seu exército. Paulo, escreve que o "nosso Senhor Jesus Cristo, se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso" (Gálatas 1:3,4). Isso mesmo! Aquele que tem todo o poder e o mundo nas suas mãos se entregou voluntariamente para nos libertar da morte. Ele mesmo afirmou isso em resposta ao interrogatório do medroso Pilatos: "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada" (João 19.11).

Jesus morreu verdadeiramente. Foi sepultado verdadeiramente. Mas ressuscitou verdadeiramente três dias depois para selar o seu propósito de justificar através do seu sangue muitos pecadores. Seu poder é imensurável e capaz de salvar não somente os necessitados dos seus dias, mas os de todos os séculos. Sua força é como um rochedo, capaz de sustentar nEle eternamente todos aqueles que creem. Seu sangue não é como o de um mortal, mas é plenamente suficiente para nos reconciliar com Deus.

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