De onde virá o socorro? (Sl 121:1-2)


Vivemos dias difíceis em nosso país. A corrupção na política, trazida às claras já há alguns anos, ganhou proporções enormes e parece não ter mais fim. Mentiras, desvios do dinheiro público, falta de orçamento para os serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. A incerteza e o desespero batem as portas dos mais pobres. Mesmo aqueles que não se interessam pela política, são também afetados por toda essa crise.

Para muitos cristãos, a posição da igreja deve ser a de se excluir de todo esse problema acreditando não ser o papel da igreja se envolver nessas questões. Para outros, a igreja deveria dar o tom, elegendo uma bancada evangélica que favorecesse a nossa fé (é triste reconhecer que alguns que levam o título de "evangélicos" lá, são tão corruptos quanto os demais). Mas, o que a Palavra de Deus ensina a respeito disso?

Em primeiro lugar, o crente é consciente. Devemos ter uma postura realista do mundo (não adianta ser otimista, nem pessimista). Sabemos pela Palavra de Deus, que haverá nos dias que antecedem a volta do nosso Senhor, uma crescente tribulação, fome, guerras, desvio dos valores morais, aumento da criminalidade, etc.

Nas cartas de João, no livro do Apocalipse, ele escreve aos irmãos que também estavam enfrentando grandes dificuldades com o sistema de governo da época. Domiciano, o governador, exigia ser adorado como deus, em troca da liberdade econômica e social aos moradores. Muitos crentes não podiam comprar alimentos, não podiam trabalhar, a não ser que renunciassem sua fé em Cristo e participassem do “culto” ao governador.

Muitos irmãos foram mortos nos primeiros séculos, queimados nas fogueiras, pendurados nos postes, lançados nas arenas com os leões. Não à toa, o tema chave do livro do Apocalipse é uma promessa divina “sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). Estamos prontos a sofrer e até morrer pela fé em Cristo?

Devemos ter a consciência de que nenhuma ideologia de paz e prosperidade desse mundo é capaz de saciar a real necessidade das pessoas. Somente Cristo pode transformar a realidade os corações e o nosso país. Por esse motivo, o crente não deveria erguer bandeiras em nome de partidos ou candidatos. O cristão não é de esquerda ou de direita, o crente é centrado em Cristo, nosso Senhor. Temos que ser responsáveis na escolha dos nossos representantes, mas saber que a nossa bandeira deve ser sempre Jesus, o Salvador - ELE é a solução que o mundo tem rejeitado.

Em segundo lugar, o crente é confiante. Precisamos reconhecer que todas as autoridades são instituídas por Deus. A corrupção e a injustiça não são coisas novas. Em toda a história sempre existiram homens maus no poder, infiéis a Deus, que chamaram de bom o mal e de mal o bem, que oprimiram o justo e o pobre. Nabucodonosor, rei da Babilônia, foi um grande exemplo de como Deus é soberano e poderoso para usar um rei ímpio e uma nação cruel, para punir outras nações que afligiam Israel.

A Palavra de Deus ensina que devemos respeitar as autoridades e orar por elas. Devemos obedecer às leis enquanto essas não impedem a nossa adoração e a nossa fé. O crente não é um desordeiro ou um revolucionário. O crente não é um agitador da ordem, nem um destruidor de patrimônios públicos ou privados. Ele sabe que rebelar-se contra uma autoridade é uma forma de rebelar-se contra a própria vontade de Deus. Ao contrário disso, o crente é um visionário, pois olha para o futuro além de todas essas circunstâncias, tendo a certeza de que o Senhor é poderoso para guardar em paz aqueles que são seus. O crente sabe que todas as coisas (mesmo as más circunstâncias) cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. As más circunstâncias dessa vida são formas que Deus utiliza para punir o ímpio e preparar os crentes até a sua volta.

Em terceiro lugar, o crente é um representante de Cristo. Uma consciência cristã desse mundo e uma confiança firmada em Deus, nos leva a agir como representantes fieis de Jesus. Como fazer isso? Não compactuando com as obras dos ímpios, denunciando o erro e o desvio da moral em nossa comunidade, acompanhando mais de perto as autoridades da nossa cidade, cobrando deles posturas mais dignas e que trabalhem em favor do povo, em especial dos pobres e necessitados.

Como representantes de Cristo, não podemos nos esquecer de também anunciar o Senhor Jesus e o seu Reino e colocar-nos de joelhos em oração, recorrendo ao Deus que é o nosso refúgio e fortaleza em dias de angústia.

Somente Cristo pode transformar a realidade desse mundo, que caminha para o seu desfecho final. Em dias de tanta desilusão, descrédito e desesperança, a esperança ainda permanece firme e inabalável – JESUS CRISTO. É por isso que mesmo diante de tantas dificuldades e incertezas, ainda podemos erguer os olhos confiantemente e descansar como o salmista: “O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”.

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