1) O propósito do Evangelho de Mateus
Mateus, também chamado Levi, era um publicano, um funcionário a serviço de Roma, que cobrava impostos dos judeus para o governo opressor. Era comum entre os publicanos, colocarem tributos acima do que era devido e subornos em troca de favores. Por tudo isso, esses homens não eram bem vistos na sociedade. Contudo, ao receber o chamado de Cristo, Mateus tem seu coração e atitudes transformados. Ele levanta, deixa tudo e segue a Jesus (Mt 9. 9-13).
Mateus, um judeu desprezado pela sociedade, recebe a missão de anunciar a chegada do Reino aos seus irmãos judeus, e relatar sobre Jesus, um judeu, que tinha esse direito ao trono. Mateus exerce sua função com total dedicação. Ele é o evangelista que faz mais citações do Antigo Testamento, para mostrar que Cristo cumpria todos os requisitos que as Escrituras apontavam. Para o evangelista não há dúvidas: Jesus é o Messias anunciado pelos profetas. Ele é o verdadeiro Rei dos Judeus!
Genealogia (1.1-17); “Eis que a virgem conceberá” (1.22-23); “E tu Belém” (2.4-6); “Do Egito chamei o meu Filho” (2.13-15); “Ouviu-se um clamor em Ramá” (2.17-18); “Ele será chamado nazareno” (2.23); “Voz do que clama no deserto” (3.1-12).
2) A mensagem do Reino
A mensagem de Jesus é apresentada por Mateus como o Evangelho do Reino, e ele chama este reino de Reino dos Céus. Essa é uma expressão particular do evangelista que aparece em 32 ocasiões, não sendo encontrada em qualquer outra parte do Novo Testamento (4.23; 5.19; 7.21; 9.35; 10.7; 24.14).
Mateus também dá grande ênfase as pregações de Jesus. Ele menciona cinco momentos em que Cristo se reúne com as multidões e com os seus discípulos mais próximos e lhes apresenta orientações e o perfil necessário para aqueles que são seus súditos. Pertencer a este Reino não é promessa de vida fácil, existem tarefas a ser realizadas, desafios que precisam ser enfrentados, disposição e coragem por parte dos súditos, mas também há uma recompensa final.
Entre um sermão e outro, Mateus narra que os fariseus, escribas e alguns do povo passaram a se opor contra o ministério de Jesus e tramar como capturá-lo e prendê-lo. Em contrapartida, Jesus, conhecendo os corações deles, os repreendia duramente (12.14; 21.45,46; 23.25-29).
A parte final do livro, conta a chegada do Messias em Jerusalém. Jesus é aclamado pelas multidões que pareciam ver nEle aquele que se assentaria no trono e libertaria os judeus da opressão de Roma. Mas o Reino que Jesus veio inaugurar era diferente daquele que eles imaginavam. Em seu sermão, Jesus anuncia a destruição do templo, uma profecia que aconteceu no ano 70 d.C. Jesus anuncia também os sinais da sua volta como aquele que julgará todas as pessoas pelos seus atos, e nesse tempo haverá grande sofrimento, guerras e doenças (24. 1-51).
3) Uma mensagem vitoriosa
Mateus dedica os últimos capítulos para narrar o processo de crucificação de Jesus e sua ressurreição. O Messias é aquele que, mesmo diante da sua morte, ainda tinha todo o controle da situação. Ele prediz a sua morte; anuncia quem seria o traidor; entrega-se voluntariamente aos guardas; anunciou que, se quisesse, poderia pedir ao Pai e ele lhe enviaria uma multidão de anjos; afirmou que assentaria a direita de Deus e surpreendeu os que o ouviam (26.2; 26.23; 26.55-57; 26.53; 26.64; 27.13,14).
O evangelista também narra os eventos sobrenaturais que ocorreram: o véu do templo se rasgou, houve terremoto e as pedras se fenderam (27.51); mortos ressuscitaram e entraram nas cidades (27.52-53); e os guardas que guardavam o corpo de Jesus, ao ver tudo isso, confirmaram: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus” (27.54).
A mensagem de Mateus termina com o relato da ressurreição do Rei Jesus e com uma ordenança deixada por Ele para os seus seguidores: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (28.18-20).
Conclusão:
1) Ninguém fica indiferente a Jesus – ou você é um súdito ou um inimigo do Rei;
2) Jesus é aquele anunciado aos judeus, mas, agora, todos os que creem, de todas as nações, se tornam súditos do Reino inaugurado pelo nosso Senhor;
3) Existem, entretanto, características que devem evidenciar a vida dos verdadeiros súditos;
4) Jesus não veio apenas como um profeta ou religioso, mas para ser o Rei do Universo, colocar o mundo aos seus pés e ser Senhor de tudo e de
todos;
5) Há uma convocação para que aqueles que já creram no Senhor possam anunciá-lo como Rei e Senhor, e fazer novos discípulos para seguirem a Jesus.
Reflexão:
1) O que isso representa para você? Como a mensagem do Evangelho do Reino tem impactado a sua vida?
(Estudo "Introdução ao Evangelho de Mateus", parte da série "O Evangelho Para a Vida Real", ministrado na Escola Bíblica da Igreja Cristã Presbiteriana Missionária de Ribeirão Pires/SP em março de 2018)
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